jueves, 19 de noviembre de 2020

Sobre Perder-se

Era noite. A lua era um convite a se perder. A ir-se. Percorrer lugares jamais visitados. Diante do espelho, ela termina de passar seu batom vermelho, tendo a certeza na alma que lhe era chegado o momento que tanto negou, mas que hoje era impossível negar: o convite da lua a se perder. Fechou os olhos e partiu. 

Era um labirinto imenso. Assustadoramente belo. Caminhou por ele por horas. Por dias. Por anos. Já não se sabia. Perdera-se totalmente de si. Não sabia mais como voltar. Não sabia se ainda tinha saída. Sabia que precisava continuar a percorrer o labirinto. Seu labirinto. Ela era a saída. Entregou-se à escuridão, ao mais profundo se si. Lá, neste lugar jamais antes visitado, estava ela. Parecia tranquila. Não tinha pressa. A esperava há tanto tempo. Sabia o encontro. Sabia-se encontro. Se olharam no mais profundo silêncio. Nenhuma palavra poderia profanar o Sagrado que era encontrar a si.




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