Em meio a tantas pessoas, eles se viram. Que linda que ela
estava, como o emocionava vê-la dirigir-se a ele. Ela, apenas o via e ia ao seu
encontro.
Não se disseram nada, apenas caminharam juntos por um bom
tempo, um do lado do outro, imersos em seus pensamentos, sentindo somente a
certeza do outro ao seu lado.
Ela, imaginava tudo o que poderia viver com ele: o passeio
de mãos dadas, o sorriso compartilhado, a primeira briga, o pedido de
desculpas, o abraço, o beijo nos olhos, o carinho, suas histórias, seus sonhos,
seus medos, seus silêncios. E, quando o tempo passasse, se emocionaria por
sabê-lo tanto, por já reconhecer cada gesto seu, cada história contada e
recontada sempre de uma maneira diferente, por saber como ele afagaria seu
cabelo e mesmo que ele não afagasse, ela já o sentiria. Estremeceria sempre
cada vez que ele lhe olhasse com a mesma ternura do primeiro dia.
Ele, imaginava que lindo seria compartilhar a vida com ela,
que tão terno seria poder deitar a cabeça em seu colo e entregar-se sem
reservas a este imenso amor. Não saber-se mais sem ela. Não saber-se mais sem o
seu sorriso, sem o seu olhar, sem o seu amor. Assim, totalmente imersos em seus
sonhos, seguiram caminhando. Pareciam felizes. A vida lhes parecia suave.
Chegando na esquina, voltaram de seus sonhos. Se olharam,
Sorriram. E, por não acreditarem no único que era real, seguiram sós, cada um com seu medo. Ela, desceu as escadas
do metrô e ele, atravessou a rua sem olhar para trás. Deixando assim, para
outros, talvez mais corajosos, a possibilidade de um grande amor.
https://youtu.be/WCnArLi3uCk
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